O ORA 03 2025 evolui onde importava para o uso diário (memória de modos/regen, status de carga em kW e carregamento programado), segue oferecendo um pacote de segurança e ADAS incomum na faixa de preço (7 airbags, câmera 360°, ACC com Stop\&Go e centralização de faixa), e entrega desempenho honesto para a cidade. Ainda assim, a autonomia oficial da versão BEV48 (48 kWh LFP) é contida pelo ciclo Inmetro (232 km), o porta-malas é modesto e a rede de pós-venda da marca ainda está em expansão.

O que mudou no MY 24/25

A linha 2025 trouxe melhorias de software (memória do nível de regeneração e do modo de condução; exibição do status de carregamento em kW; temperatura externa; carregamento programado) e pequenas correções de nomenclatura/aviso em ADAS/ESC. Na parte de equipamentos, seguem itens de destaque como 7 airbags (inclui central dianteiro), câmera 360° com várias vistas, ACC com Stop&Go, assistentes ativos de faixa, traseiro cruzado, ponto-cego com aviso de abertura de portas, além de controle via app e estepe agora adicionado.

Trem de força, consumo e carregamento

A versão mais comum no Brasil é a BEV48 (171 cv, 25,5 kgfm, tração dianteira), 0–100 km/h em 8,2 s e velocidade limitada a 160 km/h. A bateria Blade LFP de 48 kWh usa CCS2 e aceita AC 11 kW (15–100% em ~3 h) e DC de até 64 kW (30–80% em ~30 min), números adequados ao perfil urbano. O Inmetro homologa 232 km - coerente com um hatch compacto voltado à cidade. Em testes independentes, a Quatro Rodas aferiu 0–100 km/h em 8,1 s e velocidade real de ~166,5 km/h em pista, confirmando um desempenho ágil para a categoria.

Nota: há versões GT (bateria maior e acertos diferentes) avaliadas pela imprensa com foco extra em prazer de condução; os comentários de dirigibilidade são positivos, mas os dados de consumo/autonomia variam conforme versão e uso.

Dinâmica e conforto

Na prática, o ORA 03 privilegia o conforto urbano: direção leve, respostas lineares do acelerador e suspensão que filtra bem buracos curtos. Em rodovias, é estável, e os ADAS diminuem o cansaço - o ACC Stop&Go e a centralização de faixa trabalham de forma suave quando a sinalização é boa. Usuários relatam rodagem silenciosa na cidade e comentam que surge ruído de rolamento em velocidades mais altas, algo comum em hatches elétricos com pneus 18”.

Interior, espaço e conectividade

Cabine com tela dupla de 10,25" (painel e multimídia), bancos em couro ecológico, ajuste de volume por velocidade e CarPlay/Android Auto. O isolamento acústico e a percepção de acabamento chamam atenção positivos nos reviews; por outro lado, o porta-malas é de 228 L (até 858 L com rebatimento), ficando atrás de alguns rivais para viagens em família. O pacote de segurança/ADAS nível 2+ e a proposta de uso urbano-sustentável reforçam o posicionamento da marca.

O que dizem donos e a imprensa

• Imprensa: desempenho convincente para a classe, pacote de segurança “acima da média”, e questionamento sobre por que vende menos que o principal rival apesar de ser mais equipado - números de pista confirmam a boa forma.
• Donos/usuários: elogios ao design retrô, conforto em baixa e tecnologia; relatos de ruído de rodovia e pequenos bugs/reinícios esporádicos de sistemas, além de experiências variáveis de entrega/atendimento (prazos e comunicação).
• Reputação de atendimento: a marca tem índice alto de solução em plataforma de queixas, com tempo médio de resposta na casa de dias, mas a experiência ainda é heterogênea entre concessionárias.

Situações de uso (cenários reais)

• Rotina urbana intensa (20–40 km/dia): autonomia folgada para a semana com 2–3 cargas AC por semana (ou uma DC ocasional no fim de semana). O carregamento programado ajuda a aproveitar tarifas fora de ponta, e a memória de regen evita reconfigurar a cada partida.
• Bate-e-volta metropolitano (120–180 km): possível sem recarga intermediária se dirigir de forma eficiente (A/C em modo Eco, regen média/alta). Para margens de segurança, um top-up DC de 20–30 min garante volta tranquila.
• Viagem com malas: o porta-malas de 228 L pede planejamento (mala média + mochilas). Rebatendo o banco (60/40), dá para levar equipamentos volumosos, mas outras famílias podem preferir um SUV elétrico.
• Trânsito pesado e chuva: ACC Stop&Go, frenagem autônoma e câmera 360° reduzem estresse e pequenos toques de para-choque.

Vantagens

• Pacote de segurança/ADAS amplo (7 airbags, ACC Stop&Go, centralização/manutenção de faixa, 360°), nível 2+ na categoria.
• Evolução de software útil (memória de regen/modo, status em kW, agendamento de carga).
• Desempenho urbano forte e medições de pista competitivas para sua faixa.
• Ergonomia e acabamento acima da média do segmento de entrada.

Desvantagens

• Autonomia Inmetro de 232 km na BEV48 limita viagens longas sem planejamento.
• Porta-malas pequeno (228 L) para famílias.
• Ruído de rodagem perceptível em cruzeiro mais alto, segundo donos.
• Pós-venda ainda irregular (atrasos/bugs pontuais relatados por usuários).

Ficha essencial (BEV48 MY25)

• Motor: síncrono de ímã permanente, 171 cv / 25,5 kgfm, FWD, 0–100 km/h 8,2 s, v. máx. 160 km/h
• Bateria: 48 kWh LFP, Inmetro 232 km, AC 11 kW (15–100% ~3 h), DC 64 kW (30–80% ~30 min), CCS2
• Dimensões: 4.235 x 1.825 x 1.603 mm; entre-eixos 2.650 mm; 228–858 L de bagagem; vão 135 mm
• Segurança/ADAS: 7 airbags (inclui central), ACC Stop&Go, AEB (pedestres/bikes/motos), ponto-cego, RCTA, LKA/LFA e 360°

Conjunto muito coerente para uso urbano/metropolitano, com tecnologia e segurança acima da média e melhorias de software que fazem diferença no dia a dia. Perde pontos por autonomia oficial curta, porta-malas pequeno e pós-venda ainda em maturação. Se o seu trajeto é majoritariamente urbano e você valoriza ADAS completo e acabamento caprichado, o ORA 03 2025 é um dos elétricos mais interessantes da faixa.