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UFPB sedia a terceira edição do Mobility Summit e consolida a agenda nacional de transporte sustentável e tecnologias aplicadas à mobilidade

Erik Perin
01 de maio de 2025
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No dia 30 de abril, o campus da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, tornou-se o epicentro do pensamento sobre o futuro da mobilidade no Brasil. A terceira edição do Mobility Summit reuniu pesquisadores, empresários, autoridades públicas, estudantes e inovadores em torno de uma pauta urgente e transformadora: como deslocar pessoas e mercadorias de forma mais limpa, eficiente e inteligente em território nacional.

Muito mais do que um encontro acadêmico, o evento se configurou como um hub interdisciplinar, conectando saberes técnicos, políticas públicas e o ecossistema de inovação. O resultado foi um dia repleto de provocações, demonstrações tecnológicas e propostas concretas que apontam para um Brasil que quer e pode liderar a mobilidade elétrica na América Latina.

Fotos por Marta França
Fotos por Marta França

Mobilidade como vetor de cidadania, economia e transição energética

Ao abrir o evento, a reitora da UFPB, Valdiney Gouveia, reforçou o papel das universidades como catalisadoras da inovação de impacto. A mobilidade, nesse contexto, não é tratada apenas como um assunto de engenharia ou transporte — mas como fator transversal ao direito à cidade, à saúde pública e à eficiência energética nacional.

Nos painéis temáticos, um dos destaques foi a discussão sobre o Planejamento de Transportes Sustentáveis em Grandes Cidades. Nomes como Eduardo Vasconcellos (engenheiro e doutor em transporte) trouxeram dados robustos: nas últimas duas décadas, o Brasil vivenciou uma explosão na motorização particular, sem o correspondente investimento em infraestrutura coletiva ou limpa. O resultado? Congestionamentos, poluição, desigualdade de acesso e perda de produtividade urbana.

O papel das universidades e startups na mobilidade do futuro

Outro painel crucial abordou a integração entre academia e inovação de mercado, com a participação de professores da UFPB, IFB e representantes de empresas do setor. A inovação aberta foi tratada como um dos caminhos mais promissores para escalar soluções — sobretudo no campo da micromobilidade elétrica, da logística urbana de última milha e da gestão inteligente do trânsito com IA e Big Data.

Citou-se, por exemplo, o uso de IoT embarcada em frotas públicas, sistemas de predictive analytics para planejamento viário, e o desenvolvimento de plataformas open-source para roteirização de ônibus e vans escolares elétricas — iniciativas já em teste em cidades do Nordeste e Sudeste.

Fotos de Marta França
Fotos de Marta França

Veículos elétricos, baterias e infraestrutura: os desafios técnicos e as promessas do setor

Tópicos como baterias de lítio-ferro-fosfato (LFP), rede nacional de eletropostos, padrões de recarga (tipo 2, CCS, CHAdeMO) e regulação tarifária da recarga pública foram abordados com profundidade.

Segundo os especialistas presentes, o Brasil precisa superar dois grandes gargalos técnicos:

  1. A padronização da infraestrutura de carregamento, hoje fragmentada entre modelos e fornecedores;
  2. E a escassez de insumos e cadeia produtiva local de baterias, o que gera dependência de importações asiáticas.

No entanto, iniciativas como o Plano Nacional de Eletromobilidade, em articulação com o MDIC e Ministério de Minas e Energia, e a chegada de gigafábricas em estados como Bahia e Minas Gerais, alimentam um horizonte otimista — onde o Brasil pode, sim, ser não apenas consumidor, mas produtor de soluções em e-mobility.

Um ponto alto do evento foi a exibição de modelos acessíveis de mobilidade elétrica, como scooters urbanas, triciclos de carga para entregas e bicicletas elétricas de uso público compartilhado.

A meta de descarbonizar as frotas urbanas até 2040, presente em compromissos assumidos por várias capitais, exige soluções que extrapolam o automóvel elétrico de luxo. Precisamos pensar em intermodalidade inteligente, integração com aplicativos de mobilidade urbana, e incentivos fiscais e regulatórios que favoreçam modais leves e coletivos.

Conclusão: O Mobility Summit como espaço de futuro

O Mobility Summit mostrou que o Brasil está, sim, acordando para a mobilidade do século XXI. Mas mais do que acordar, é hora de mover-se com estratégia, equidade e tecnologia. Eventos como esse funcionam como bússolas éticas e técnicas, indicando que a mobilidade pode ser ao mesmo tempo mais limpa, mais justa e mais inteligente.

E como bem resumiu uma das falas mais aplaudidas do dia:

“Mobilidade não é sobre carros ou ônibus. É sobre gente. E gente merece se mover com dignidade e inteligência.”

🎥 Assista à gravação completa do evento:

Parte da Manhã

Parte da Tarde



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