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Recarga em Movimento: Shell Recharge entra no Abastecimento Comercial no Brasil Elétrico

Daniel Yüan Tsao
08 de julho de 2025
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A cena já não é mais exclusiva das avenidas europeias. Carros elétricos estacionados, cabos conectados, telas digitais indicando a progressão da recarga — o futuro projetado pelos grandes grupos de energia finalmente assume feições brasileiras. Com a chegada dos primeiros eletropostos Shell Recharge, a infraestrutura de recarga pública avança para além do improviso e se integra à malha urbana com método, tecnologia e, sobretudo, lógica de mercado.

A iniciativa, liderada pela Raízen em parceria com a Shell, acelera o setor ao oferecer uma experiência de recarga que reflete maturidade operacional e ambição estratégica. Não se trata de apenas adicionar tomadas em postos de combustíveis já existentes. O conceito dos eletropostos Shell Recharge é arquitetado desde o princípio para atender demandas específicas de mobilidade elétrica: potência elevada, variabilidade de tarifa e integração digital, do aplicativo ao planejamento de viagem.

O modelo implementado adota carregadores rápidos DC (corrente contínua), com potências que variam de 50 kW a 180 kW, permitindo que veículos compatíveis recuperem 80% da carga em menos de 40 minutos — um tempo já próximo do intervalo de uma pausa em viagem. Essa infraestrutura utiliza padrões globais como CCS2 e CHAdeMO, garantindo interoperabilidade para a grande maioria dos elétricos em circulação. Nos bastidores, um sistema inteligente de gerenciamento monitora em tempo real o fluxo de energia, previne sobrecargas e otimiza a distribuição conforme a demanda.

Eletroposto da Shell Recharge
Eletroposto da Shell Recharge

Um ponto que merece atenção é a política de precificação. A Shell adiciona o conceito de tarifa variável por kWh, ajustada conforme horário, demanda local e custo da energia na rede. Durante picos de consumo, a tarifa pode ser majorada, estimulando o uso fora dos horários de maior estresse do sistema elétrico — um mecanismo semelhante ao mercado de energia dinâmico já comum em países líderes do setor. Para o usuário, a transparência é total (pelo menos é o que parece): o aplicativo Shell Recharge exibe o preço em tempo real, permite o planejamento da viagem considerando a disponibilidade de pontos e, ainda, a reserva de recarga antecipada, solução pensada para grandes centros urbanos.

A jornada do usuário é complementada por recursos digitais sofisticados. O app unifica o acesso a diferentes tipos de carregadores, permite pagamentos integrados e oferece monitoramento remoto do status da recarga. O ecossistema ainda se expande com parcerias para oferecer estacionamento prioritário, descontos em conveniência e programas de fidelidade — transformando o simples ato de recarregar em experiência de serviço.

Tecnicamente (e a priore), a expansão dos eletropostos Shell Recharge já contempla distribuição geográfica estratégica: os pontos inaugurais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, situam-se em corredores de tráfego intenso e zonas de integração modal, permitindo aos motoristas planejar jornadas de maior alcance sem a “ansiedade da autonomia” que durante tanto tempo travou a adoção dos elétricos. A meta é atingir dezenas de estações em 2025, em sinergia com o crescimento da frota elétrica nacional.

Por trás da experiência do usuário, há um esforço de integração sistêmica que merece destaque. A operação dos eletropostos depende de redes inteligentes de distribuição, balanceamento de carga em tempo real e, futuramente, integração com fontes renováveis para viabilizar a recarga verde. O Shell Recharge, portanto, não é só um ponto de parada: é uma peça do novo ecossistema energético brasileiro, capaz de transformar o modo como energia e mobilidade se encontram no cotidiano.

Vamos ver o que vem por aí de outras empresas. Cada vez mais fácil e cômodo ter seu veículo elétrico.